segunda-feira, 18 de junho de 2012

Rindo à toa

O homem era sério, usava óculos e caminhava a passos largos. Passou pelos pacientes na sala de espera da radioterapia do Real Hospital Português como um jato. Sem olhar para os lados, nem para as pessoas, bateu com a cara na porta de vidro, por pouco não arrancando todo o portal.
 
Bastou um encontro tipo comédia pastelão para todos na sala caírem na maior risada.
 
Risada foi pouco: gargalhada pra deixar qualquer um incomodado, como ficou o pobre do coitado que deixou o prédio sem olhar para trás e sem parar para ver se a porta estava quebrada. Bom mesmo foi ver algumas senhoras sacudindo-se toda como crianças e compartilhando a zoada criada pelos mais jovens.
 
Erra quem imagina que uma sala de espera de uma radioterapia é lugar sinistro, triste e deprimido.
 
É bom que se entenda de uma vez por todas: ali estão reunidas pessoas que procuram viver e querem viver.
 
Ali se espera pelos cuidados médicos ao paciente, o câncer é uma consequência.
 
 

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