terça-feira, 26 de junho de 2012

Histórias de vida

Muitas vezes me surpreendo com a força de vida que toma conta da sala de espera do setor de radiologia do Hospital Real Português.

Essa força se manifesta principalmente quando a cena é muito forte, como a chegada de um paciente em estado deplorável por causa da quimioterapia e desgaste físico ou quando o riso corre solto, contagiando a todos, pacientes e seus acompanhantes.

No primeiro caso, a reação dos olhos é acompanhar a passagem, alguns até ensaiam um gesto de OK com a mão e outros parecem fazer uma breve prece, um pedido a seu santo ou uma torcida interior como se estivesse a dizer "Estou aqui, não desista".

O melhor riso, porém, é quando ele se transforma em gargalhada com as histórias contadas por alguns pacientes. São lembranças de uma vida, amores passado, pura gréia com a amigos e familiares. E cada um tem a sua maneira de contar os causos. Alguns, detalhistas; outros, salientando apenas a chacota, o absurdo da situação ou mesmo a pieguice do fato que nos faz sentir vivo.

Já disse antes o que torno a lembrar: engana-se quem pensa que a sala de espera da radioterapia é antesala da morte.

Ali existe uma força invisível, mas conhecida de todos, que nos une, incontrolável: a vontade de vencer o câncer e viver, viver e viver.

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